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VACINAS, A ÚNICA SAÍDA

vacinas

Oportuna e esclarecedora colaboração da acadêmica Marília Oliveira. Saliente-se que o texto é de seu pai, cirurgião-dentista Jaime Oliveira.

 

Um crescente número de brasileiros está sendo exposto a doenças que já tinham sido erradicadas por campanhas maciças de vacinação, exemplos: a poliomielite (paralisia infantil), sarampo, varíola, etc. e outras recentes como a Covid, perigosas, mas contornáveis pelas vacinas já ao nosso dispor. Essas doenças estão sendo disseminadas através dos medos plantados solertemente (causam autismo, endocardite, etc.), fake news, percepções equivocadas e, inclusive, o desgoverno no Plano Nacional de Imunizações (PNI).

Após a campanha catastrófica propagada pelo Governo Federal aconselhando o Kit Covid por motivações políticas no passado, agora ocorre um recrudescimento das campanhas antivacina que julgávamos sepultadas após os famigerados cinco dias de fúria durante a Revolta da Vacina ocorrida em 1904, liderada pelo senador Lauro Sodré e os deputados Barbosa Lima e Alfredo Varella que insuflaram os rebeldes contra o presidente Rodrigues Alves. A revolta foi motivada pela
insatisfação da população rejeitando a campanha da vacinação obrigatória contra a febre amarela e a peste bubônica.

Após o saldo de 945 prisões, 461 deportações, 110 feridos e 30 mortos, Rodrigues Alves se viu obrigado a desistir da vacina obrigatória. Todos saíram perdendo, os revoltosos foram castigados pelo governo e a população pela interrupção de uma medida que poderia evitar a propagação da febre amarela e da peste bubônica que ceifaram milhares
de vidas anualmente.

É inconcebível que, desta vez, uma nova ocorrência despropositada repita a insensatez após mais de um século, desta vez estimulada pelo governo, o contrário da Revolta da Vacina de 1904. Inconcebível, repito, que o governo federal tenha patrocinado uma campanha de desinformação e combate às vacinas, única maneira de combater a pandemia. A gente só sobrevive e vive bem nos dias atuais graças às vacinas.

Uma calamidade, a OMS ressalta que o Brasil – que já foi citado como exemplo de vacinação em massa – está entre os dez países com mais crianças sem nenhuma dose de vacinas de rotina, ao lado de nações com históricas dificuldades como o Congo, Índia e Paquistão. “Despencamos de orgulho a pária”, comenta a infectologista Cristiane Toscano, da
Universidade Federal de Goiás, que integra o grupo de experts em imunização da OMS.

O movimento anticiência hoje mata mais do que as armas e os acidentes de trânsito nos Estados Unidos, mas ainda há muitos que não consideram esta insanidade uma ferramenta letal. E isso vem se expandindo para o resto do mundo, inclusive o Brasil. Os porta-vozes dos antivacina são a bem da verdade poucos, perdendo o engajamento que tinham com o governo federal, mas ainda fazem barulho e estão bem organizados. A epidemiologista Denise Garrett, vice-presidente da Sabin Vacine Institute se preocupa com a possibilidade que o movimento contamine a confiança que temos nas outras vacinas. Seria um desastre de proporções inimagináveis, na pior das hipóteses pode fazer retornar doenças já
consideradas extintas, com o a poliomielite. A OMS coloca a hesitação vacinal como uma das maiores ameaças à saúde da humanidade.

Quando fatos incontestáveis, como a realidade que vacinas prolongam e melhoram a vida não mudam opiniões, talvez seja a hora de reconquistar a confiança por outras vias, poder-se-ia legislar no sentido de exigir o certificado de vacinação para conseguir acesso a determinados benefícios, atualmente universais.

Uma campanha persistente apoiada em estatísticas realizadas por órgãos livres de qualquer suspeita que insistam serem as vacinas que viabilizam um futuro melhor num planeta onde as pessoas vivem mais e com saúde, diminuirá inclusive o risco da persistência da desigualdade social. Bater com insistência no fato incontestável que, depois da vacinação em massa a média de vida aumentou em 30 anos, da mesma forma que o advento dos antibióticos viabilizou a cura das infecções até há pouco incuráveis.

Insistir que a mesma estratégia de saúde pública que salva crianças é uma das chaves da longevidade.

Ninguém pode duvidar e é preciso insistir na divulgação desse FATO: a prevenção sempre tem o melhor resultado final.
E surge no horizonte uma nova pandemia, aterradora: a H5N1. Entenda qual é o risco para a humanidade a perspectiva do alastramento da “gripe aviária” que está em vias de ser transmitida para os vertebrados, inclusive o homem. Para tentar conter a disseminação do vírus H5N1, 193 milhões de frangos, galinhas e outras aves foram sacrificados. E ele continua pipocando pelo mundo. E, agora, parece ter sofrido uma mutação preocupante: a capacidade de se propagar entre os mamíferos por contágio, tal qual a Covid.

Em 2021, cientistas canadenses calcularam a partir de testes que a morte pode advir entre 14% a 33% dos infectados. Uma pandemia causada pelo H5N1 seria uma CATÁSTROFE. Já existem vacinas, o problema será a necessidade de um número suficiente difícil de ser alcançado na quantidade e velocidade necessárias. As vacinas são fabricadas a partir de
ovos de galinhas fecundadas por galos e cada ovo produz apenas uma vacina.

É o ÚNICO REMÉDIO que existe para conter a nova pandemia.

PENSEM NISSO antes de combatê-lo.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado